O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério
Público do Estado do Pará (MP/PA) vão promover audiência pública para
discussão do aumento expressivo no número de homicídios dolosos no
Estado nos últimos anos. Aberto à participação de toda a sociedade, o
evento está marcado para o dia 21 de fevereiro, no auditório do MP/PA.
O objetivo do Ministério Público é colher informações para dimensionar
as causas e as consequências do aumento do número dos homicídios, dados
que serão utilizados em investigações abertas para analisar o tema e as
medidas adotadas pelas autoridades governamentais para o controle da
situação.
Para MPF e MP/PA, o debate sobre as razões do aumento da violência é
essencial para que seja garantida segurança pública no Estado, por meio
de ações conjuntas das esferas governamentais municipais, estaduais e
federais, bem como das organizações sociais.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (acesse aqui), no Pará
o número de homicídios dolosos saltou de 1,1 mil, em 2011, para 3,2
mil, em 2012. O anuário é uma publicação feita pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública em conjunto com a Secretaria Nacional de Segurança
Pública (Senasp), do Ministério da Justiça.
Editado desde 2007, é uma compilação de dados coletados pela Senasp e
outros órgãos da administração pública. Reúne estatísticas criminais e
informações de gastos com políticas de segurança pública, do sistema
prisional, do sistema de medidas socioeducativas e da atuação das
instituições policiais.
Além de convidar toda a população, o Ministério Público está
encaminhando convites a diversas instituições públicas, como a
Secretaria de Segurança de Estado de Segurança Pública (Segup), as
polícias Militar e Civil, o Centro de Pericias Científicas Renato
Chaves, a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), a
prefeitura de Belém, ao Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas
Ameaçadas, e a movimentos sociais, como a Sociedade Paraense de Defesa
de Direitos Humanos.
O edital de convocação da audiência pública é assinado pelo procurador
da República, Alan Rogério Mansur Silva, e pelo promotor de Justiça
Ivanilson Paulo Corrêa Raiol. Mansur Silva é regional dos Direitos do
Cidadão e Corrêa Raiol é coordenador do centro de apoio operacional
criminal do MP/PA.
Questionamentos – Para que as discussões a serem realizadas na audiência
pública possam contar com dados completos e atualizados, nesta
terça-feira, 28 de janeiro, Mansur Silva e Corrêa Raiol enviaram ofícios
a diversos órgãos públicos com questionamentos sobre providências
tomadas.
À Segup foram solicitadas informações sobre apreensão de armas ilegais,
sobre o controle do registro de mortes violentas decorrentes de crimes,
sobre presos provisórios, percentual de inquéritos sobre homicídios em
que há a identificação do autor, números de mortes de agentes de
segurança pública, e de civis mortos em confrontos com as polícias, e
informações sobre a estratégia do governo do Estado em relação a medidas
preventivas, como o policiamento comunitário e as ações sociais.
À Susipe o Ministério Público enviou questionamentos que tratam da
destinação de recursos federais do Departamento Penitenciário Nacional
(Depen), sobre a assistência à saúde dos presos, sobre o controle dos
registros de óbitos dentro de casas penais e dos registros de presos
provisórios e presos com sentença publicada.
O Depen foi questionado sobre os valores repassados ao Estado nos
últimos dois anos e sobre a utilização desses recursos. E do Centro de
Perícias Científicas Renato Chaves o procurador da República e o
promotor de justiça querem dados sobre os prazos para elaboração dos
laudos relativos a crimes com morte e sobre o grau de prioridade dado a
casos de crimes violentos.
Além disso, o MPF e o MP/PA questionaram o centro pericial sobre os
motivos da demora ou impedimento para utilização de sistema online de
expedição de laudos para o MP/PA. O MP/PA vem tentando, sem êxito, fazer
com que o centro de perícias adote esse sistema.
MPF
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