domingo, 6 de julho de 2014

Duas pessoas da mesma família morre carbonizadas


(Esaú Moraes e Emilly Coelho / CT online) - Um acidente rodoviário envolvendo cinco veículos na BR-230, Rodovia Transamazônica, a oito quilômetros de São Domingos do Araguaia, deixou duas pessoas mortas e carbonizadas. O policial militar Felipe Vidal da Costa, 21 anos, e a tia dele, Elizete Bastos Vidal, 48 anos, viajavam com outros familiares em um veículo Celta, com destino a Jacundá, quando bateram em outro carro, no fim da tarde de quinta-feira (3).
Quem dirigia o carro era Antônio Paulo Melo Lima, 44 anos, esposo de Elizete e tio de Felipe. Ele conta que saíram de São Domingos por volta das 17h30 e, em certo ponto da rodovia, uma fumaça começou a tomar conta da pista. “Quando descemos mais um pouco, a fumaça ficou mais grossa e ninguém via nada”, lembra Antônio Paulo, que acabou colidindo com uma caminhonete.
O sargento Gilsimar da Silva, do Destacamento de São Domingos do Araguaia, informou que, segundo populares, a fumaça era proveniente de chamas provocadas por alguns homens que queimavam um pasto ali próximo. Depois de bater na caminhonete, o veículo onde as vítimas estavam parou perto das chamas, momento em que a situação ficou ainda mais desesperadora.
“Quando chegamos o fogo já estava muito alto. Perguntei ao motorista se tinha alguém dentro do veículo e ele disse que tinha a esposa e o sobrinho dele”, conta o sargento. A essa altura, as outras duas pessoas que estavam no Celta, a filha de Antônio Paulo, Dielly Lima Vidal, e a filha dela de seis anos, já haviam sido resgatadas das chamas com a ajuda de outros motoristas.
Segundo o sargento Gilsimar, Antônio estava em estado de choque. Uma ambulância de São Domingos foi chamada para levar ele e as outras duas sobreviventes, encaminhados em seguida para Marabá. O fogo foi controlado, ainda de acordo com o policial militar, por um caminhão pipa que passava pelo local.
Por causa da densa fumaça que tomou conta da rodovia, outros veículos acabaram se envolvendo no acidente. O condutor de uma picape, que pediu para não ser identificado, relata que atingiu o carro da família de Antonio Paulo depois que esse veio para a contramão. Conforme explica esse motorista, outros carros ainda se chocaram contra o primeiro veículo, que havia sido atingido por Antonio.
O condutor da picape lembra que saiu rapidamente foi ajudar a resgatar as vítimas do Celta. “Conseguimos tirar a senhora [Dielly] e a criança. Não tínhamos como fazer mais nada, porque o fogo  estava muito grande. Foi um momento de terror. A fumaça estava no meio da pista e ninguém enxergava nada”, detalha. Segundo ele, um motociclista também se envolveu no acidente e foi levado pela ambulância.
VÍTIMAS
O policial militar Felipe e a tia Elizete morreram carbonizados, pois não foi possível retirá-los do veículo em chamas. Enquanto isso, Antônio Paulo sofreu corte na testa, Dielly teve uma fratura exposta na perna e a filha dela quebrou um dos braços. Segundo informações, a tia dele, Elizete, era professora e fazia mestrado na Argentina. Antes de morrer, Felipe ainda ajudou a tirar a menina de seis anos do carro, segundo conta o amigo do PM, o soldado Carlos Eduardo Evangelista.
O amigo compartilha que os dois faziam parte da mesma turma, que se formou no dia 16 de junho passado. “Ele era muito brincalhão e divertido. Queria entrar na polícia para a ajudar a família e tinha vários projetos. Ele era meu irmão em uma turma de 39 alunos. Passamos seis meses de curso e aprendi a amá-lo. Era muito dedicado e querido”, rememora Carlos Eduardo. Felipe realizou o curso em Jacundá e trabalhava no Destacamento daquele município há menos de um mês. Ele completaria 22 anos na próxima segunda-feira, dia 7 de julho.
O caso chegou até a Polícia Civil de Marabá, que acionou o IML para realizar a perícia do local de crime e a remoção dos corpos de Felipe e Elizete. Porém, os fatos serão apurados pela delegacia de São Domingos do Araguaia e, de acordo com o delegado Carlos Eduardo Vieira, o delegado responsável terá 30 dias para concluir o procedimento policial. “Todas as circunstâncias estão sendo apreciadas e todas elas serão levadas em consideração, a fim de estabelecer a responsabilidade criminal do autor do fato”, afirma Vieira. Dielly e a criança estão internadas no Hospital Regional sem risco de morte.

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