O Sistema das Nações Unidas (ONU) no Brasil divulgou na sexta-feira (24) uma nota em que cobrou das autoridades brasileiras investigação e punição aos responsáveis pelo assassinato de Waldomiro Costa Pereira, na UTI no Hospital Geral de Parauapebas, na última segunda, 20. No mesmo comunicado, a ONU se pronunciou sobre a morte do cacique Antonio José Mig Claudino, que ocorreu em Ronda Alta, no Rio Grande do Sul.
Waldomiro era servidor público e integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ele deu entrada no HGP no último sábado, 18, com ferimentos na cabeça e em uma das mãos,consequência de um atentado ocorrido em sua propriedade, no município de Eldorado do Carajás. Por volta das 2h40, da segunda-feira, 20, cinco homens portando pistolas e revolveres chegaram ao HGP em duas motos. Eles renderam os seguranças e executaram Waldomiro com 10 tiros. O cacique Antonio José Mig Claudino foi assassinado com cinco tiros, dentro de um bar, numa aldeia onde há disputa de terras. A organização classificou as duas vítimas como defensores de direitos humanos e se mostrou preocupada com as notícias dos assassinatos; cobrou investigação e se solidarizou com as famílias.
Em resposta ao contato da Conecta Carajás,a assessoria da Polícia Civil do Estado do Pará informou que as equipes de investigação estão em diligência para elucidar o caso, que está sob a coordenação da Divisão de Homicídios de Belém. Procurada, a assessoria da Secretaria de Estado de Segurança Pública e da Defesa Social do Pará (Segup) encaminhou uma nota oficial sobre o assunto, em que afirmou que já há “linhas de investigação sobre possíveis motivações do crime” e que “cada hipótese está sendo apurada no decorrer das investigações para que se possa eliminar gradualmente as possibilidades”.
Veja a íntegra da nota da ONU:
O Sistema das Nações Unidas no Brasil recebeu com preocupação as notícias dos assassinatos de Waldomiro Costa Pereira, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e do Cacique Antonio Mig Claudino, defensores de direitos humanos, que ocorreram no último dia 20 de março, em Parauapebas, Pará, e na Terra Indígena Serrinha, Rio Grande do Sul.
O Sistema das Nações Unidas no Brasil insta as autoridades brasileiras a investigar, processar e punir os autores dos assassinatos e se solidariza com os familiares e amigos das vítimas.
É importante fortalecer os esforços para proteger defensores e defensoras de direitos humanos no país. As Nações Unidas no Brasil se colocam à disposição para apoiar as ações nessa temática.
A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil assumiu, no último dia 21, a coordenação das investigações sobre o assassinato do servidor público Waldimiro Costa Pereira, em Parauapebas. As equipes de policiais civis que iniciaram o trabalho investigativo passaram a ser coordenadas pelo delegado Dauriedson Bentes, da DH de Belém, por determinação da Delegacia-Geral da Polícia Civil.
As investigações já contam com linhas de investigação sobre possíveis motivações do crime. Cada hipótese está sendo apurada no decorrer das investigações para que se possa eliminar gradualmente as possibilidades visando definir a motivação do crime.
Estão nas investigações do crime, em Parauapebas, as equipes da Seccional de Marabá, sob coordenação da delegada Simone Felinto; da Seccional de Parauapebas, tendo à frente a delegada Yanna Azevedo; do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) de Marabá, e da Unidade Integrada de Eldorado dos Carajás, sob coordenação do delegado Thiago Carneiro.
As imagens das câmeras de monitoramento da Unidade Hospitalar já foram repassadas às equipes policiais foram analisadas e ainda continuam sendo usadas visando a identificação dos autores do crime. Nelas, é possível visualizar a ação dos criminosos. As equipes policiais já mantiveram contato com familiares da vítima que ficaram de ser ouvidos em depoimento no curso do inquérito.

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