| Profissionais da saúde pública do Pará participaram de videoconferência do Ministério da Saúde sobre os surtos recentes da doença na África. |
O Ministério da Saúde fez, na tarde da última terça-feira (06), uma videoconferência com as Vigilâncias em Saúde de todos os Estados brasileiros, para falar sobre as medidas que devem ser adotadas em casos suspeitos de infecção pelo vírus Ebola, que tem causado surtos persistentes na Libéria, Guiné e Serra Leoa, países localizados na região ocidental da África.
Uma equipe da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) participou do debate.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), esse é o mais extenso e duradouro surto de febre hemorrágica por Ebola já identificado no mundo, com uma letalidade de 68%. Entre os dias 31 de julho e 1º de agosto, foram confirmados 163 casos de Ebola na África, com 61 óbitos. No total geral, houve 1.009 casos confirmados com 574 mortes. Somando-se os casos prováveis e suspeitos, o número pula para 1.603 com 887 mortes.
Conforme nota técnica do Ministério da Saúde, o vírus Ebola foi identificado pela primeira vez em 1976, no Zaire (atual República Democrática do Congo) e, desde, então, tem causado vários surtos no continente africano. O vírus foi transmitido para seres humanos que tiveram contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes, antílopes e porcos-espinhos. Entre as cinco espécimes de vírus Ebola, o Zaire ebolavírus é o que apresenta a maior letalidade, geralmente acima de 60% dos casos diagnosticados.
Transmissão – A infecção ocorre por contato direto com o sangue e outros fluidos corporais ou secreções (fezes, urina, saliva e sêmen) de pessoas infectadas. A infecção também pode ocorrer se a pele ou mucosas de uma pessoa saudável entrarem em contato com objetos contaminados com fluidos infecciosos de um paciente com Ebola. O vírus não é transmitido pelo ar. O período de incubação pode variar de dois a 21 dias, mas os pacientes só se tornam contagiosos após a manifestação dos primeiros sintomas.
Os principais sinais e sintomas do Ebola são febre de início súbito, fraqueza intensa, dores musculares, dores de cabeça e de garganta, seguidas por vômito, diarreia, disfunção hepática, erupção cutânea, insuficiência renal e, em alguns casos, hemorragia interna ou externa. A confirmação dos casos de Ebola é feita por exames laboratoriais específicos.
Não existe tratamento específico que cure a doença. Como nos casos de outros vírus, os pacientes requerem tratamento de suporte intensivo oferecido por hospitais de referência para o tratamento de doenças infecciosas graves. Como também não existe vacina contra o Ebola, a melhor forma de prevenção é evitar contato com o sangue ou secreções de animais e pessoas com suspeita da doença.
Precaução – Na videoconferência, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou que não foi identificado nenhum caso suspeito de Ebola no Brasil, mas a medida preventiva do momento é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e às Vigilâncias Estaduais fiquem atentas, principalmente em portos e aeroportos, a casos de viajantes doentes procedentes dos países africanos afetados pelo surto da doença. “Vamos nos preparar para uma situação pouco provável, mas que pode ocorrer”, disse o secretário.
A diretora de Vigilância em Saúde da Sespa, Rosiana Nobre, perguntou que medidas devem ser adotadas em relação ao jogo do Clube do Remo com a seleção da Etiópia, um amistoso internacional marcado para este domingo (10), às 16h, no Baenão. Jarbas Barbosa respondeu que não deve haver preocupação, porque a Etiópia está localizada em região distante do surto e não há casos da doença no país. O secretário também desmentiu a notícia de que um nigeriano morreu e há outros casos suspeitos da doença em São Luís, no Maranhão, como vem sendo divulgado na internet e outros meios eletrônicos.
Além de Rosiana Nobre, participaram da videoconferência a diretora de Epidemiologia da Sespa, Carla Garcia; o diretor do Laboratório Central do Estado (Lacen), Licínio Lira; a representante do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), Hingrid Velasco; a diretora em exercício do Departamento de Vigilância Sanitária da Sespa, Ângela Zeferino; o coordenador do Núcleo de Tecnologia de Informação e Informática em Saúde (NTIIS), Marcos Silva; e técnicos da Vigilância e Lacen.
Com as questões levantadas pelas Vigilâncias Estaduais, o Ministério da Saúde fará uma atualização da nota técnica divulgada no dia 5 de agosto, com orientações para as ações de vigilância e serviços de saúde de referência.
Fonte; (Agência Pará de Notícias)
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