domingo, 1 de outubro de 2017

Foram sete mortos após a morte do PM em Parauapebas, e não 30

Boatos são disseminados com facilidade, assustando os parauapebenses


O saldo de mortes ainda é considerado alto pelas autoridades e assustador pela população. Desde o assassinato covarde na segunda-feira (11) do cabo N.Oliveira, mais conhecido como Santarém, sete pessoas foram executadas em Parauapebas por pistoleiros ainda não identificados pela polícia, a maioria durante o dia e a noite de terça-feira (12). O modo das execuções é idêntico nos sete homicídios, uma pessoa na garupa de uma moto efetua os disparos - geralmente no peito e cabeça das vítimas - e o motoqueiro que pilota a moto dá fuga ao executor.

Todos os mortos nos últimos dias são jovens entre 17 e 28 anos. Alguns têm passagem pela polícia, outros não, mas suspeitos de cometerem assaltos na cidade e de estarem envolvidos até em homicídios e formação de quadrilha.

Apesar das mortes dos supostos bandidos estarem acontecendo dias depois da morte do Policial Militar, o comando não faz associação de um fato a outro. 

Parauapebenses não saíram de casa na terça a noite - Mediante tanta morte, parauapebenses preferiam se resguardar em casa durante a noite de terça (12), mesmo a polícia afirmando que estaria nas ruas da cidade para proteger os cidadãos. Alguns comércios decidiram fechar mais cedo e até entregas de compras foram canceladas por outros. Tudo isso por conta de boatos nas redes sociais, até um toque de recolher apareceu não se sabe de onde.

Parece brincadeira, mas teve gente que não quis sair de casa nem para comprar um doce. Já era por volta das 22 horas quando mais um jovem foi executado com um tiro certeiro no meio da testa na esquina das ruas Lauro Corona e Sol Poente, bairro da Paz.

Boatos cooperaram para o temor - é triste que alguns parauapebenses usam das redes sociais para espalhar medo. A maioria são pessoas que não tem acesso a informações verádicas e parecem estar satisfeitas em espalharem boatos maldosos de violência e morte. Se dependesse dessas pessoas, o número de mortes já estariam ultrapassando os 100 casos.

O juiz Líbio de Araújo Moura, apesar de não estar mais em Parauapebas, digitou um comentário sobre tamanho caos.  O importante nesse exato momento em Parauapebas, em que não vai se mudar nada do dia pra noite, é que os amigos da imprensa ajudem a não espalhar o pânico. As informações devem ser checadas com maior cautela, porque da forma que as redes sociais estão divulgando, parece que já morreram 30 pessoas. (Vinícios Nogueira)

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