segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Homicídio de Hayane pode estar ligado a outra morte

Hayane e Jair, ambos, ainda em vida
O assassinato da jovem Hayane de Azevedo Sousa, de 23 anos, será investigado pelo Departamento de Homicídios da Polícia Civil em Marabá e não pela delegacia de São Domingos do Araguaia, onde o corpo foi encontrado na manhã de terça (26). A decisão foi tomada porque há fortes indícios de que a morte de Hayane, cujo corpo foi achado na Rodovia Transamazônica, à altura da Vila Santana, dentro de um carro, pode ter ligação com o assassinato do namorado dela, Jair Pedroso, morto em março deste ano, também na Rodovia Transamazônica, mas entre Marabá e Itupiranga.

A informação foi repassada pela delegada Raissa Beleboni, titular do Departamento de Homicídios. “Para que a gente possa apurar se há relação entre os dois crimes ou mesmo se os dois têm a mesma motivação ou qualquer tipo de singularidade, apesar de ter ocorrido na área rural de São Domingos, o homicídio vai ser apurado pelo Departamento de Homicídios”, reafirma a policial.

Ainda de acordo com ela, a equipe do Homicídios esteve no local de crime, acompanhou a perícia do Instituto Médico Legal (IML) e colheu informações iniciais, conseguindo apurar que a vítima foi morta fora do carro e depois foi colocada dentro do veículo.

O que choca mais nesse crime é que dentro do carro – sentada na cadeirinha – estava uma criança de três anos de idade, filha de Hayane, que passou várias horas da madrugada ao lado da mãe morta, até que o dia raiasse e ambas fossem encontradas por populares.

A delegada disse que Hayane foi morta a tiros provavelmente de uma pistola calibre 380, mas por enquanto não há muito mais detalhes sobre o fato, como quantidade de disparos e local onde as balas perfuraram a vítima. Isso só deve vir com o resultado das perícias feitas pelo IML. “As investigações seguem agora pelo Departamento de Homicídios para que a gente possa apurar, através do histórico da vítima, e das pessoas próximas a ela, se há possibilidade de os dois crimes estarem ligados ou se possuem motivação diversa”, explica Beleboni.

Falando especificamente sobre o assassinato de Jair Pedroso, que era namorado de Hayane na época em que foi morto, a delegada informou que Jair também foi assassinado a tiros e o corpo foi deixado na beira da pista. “Na época do fato, nós apuramos que ele era servidor do Incra, que tinha relacionamento amoroso com Hayane e tinha alguma quantidade de dinheiro emprestada. Nós apuramos também que o valor dos juros não era típico de agiotagem”, relata.

Ainda segundo ela, apesar de terem sido ouvidas muitas pessoas sobre aquele assassinato, não havia uma informação precisa sobre o que realmente ocorreu com ele; se de fato teve a ver com algum desentendimento em relação a esse dinheiro emprestado. “Por isso que a investigação do homicídio da Hayane vai trazer ainda informações sobre a morte do Jair”, acrescenta a policial.

O caso

O corpo de Hayane foi encontrado por populares que acionaram a Polícia Militar. Chamou a atenção das pessoas o fato de uma criança de três anos estar dentro do carro junto com a mulher morta. Os primeiros a chegarem ao local foram os policiais militares, depois os peritos do IML e investigadores da Polícia Civil de São Domingos e por fim a equipe do Departamento de Homicídios, que reclamou a investigação do caso ao identificar a vítima como sendo Hayane, namorada de Jair Pedroso, assassinado em março.

Rapidamente – como sempre acontece nesses casos – dezenas de fotos da vítima começaram a ser viralizadas pelos grupos de WhatsApp das cidades e diversas foram as histórias que começaram a preencher a atmosfera dos ambientes virtuais e das rodas de conversas da cidade. Entre o que se comentava nesses ambientes, dizia-se que Hayane e Jair eram conhecidos como “casal ostentação”.

RELEMBRE

Jair Pedroso, servidor do Instituto Nacional Colonização Reforma Agrária (Incra), em Marabá, foi vítima de disparos de arma de fogo cujo corpo foi encontrado na manhã do dia 8 de março, à altura da localidade conhecida como Km 14, nas margens da Rodovia Transamazônica (BR-230), sentido Marabá-Itupiranga.

Na época, a Polícia Militar informou que uma guarnição da instituição recebeu havia recebido no dia anterior a informação de que um veículo aparentava ter sido abandonado no Bairro Jardim União. Dentro do automóvel havia cartão de crédito, garrafa de cerveja, pertences pessoais, anotações e uma conta de energia, na qual foi identificado o endereço de Jair.

Os policiais então foram à casa dele, no Bairro Belo Horizonte, que estava aberta e abandonado. Somente depois disso, os policiais receberam a informação de que havia um corpo desovado no Km 14 da BR-230. Quando o corpo foi removido para o IML colegas de trabalho estiveram no local e informaram que ele era servidor do Incra havia aproximadamente 10 anos e atuava em funções exteriores

Fonte: Correio de Carajás/Chagas Filho

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